Ela não é um bebé de colo. Imagino que não queira perder tempo quando o mundo chega de todo o lado e a convida a explorá-lo. Seguro-a e tento aconchegá-la, mas ela prefere mexer-se e ir provando a liberdade.
Mas hoje, não. Hoje quis ficar enroladinha, anichada no conforto quente dos meus braços. E ali deixou que o soninho viesse, devagar...devagarinho, para meu consolo.
Recordei agora, com alguma nostalgia, as noites infinitas e os quilómetros feitos dentro do pequeno quarto, nos tempos em que dormir não era, para ela, tarefa compreendida e à minha exigência respondia com chorinho.
Sentei-me com ela ao colo e atrevi-me a pensar no que tinha ainda para fazer, mas logo repreendi o atrevimento. Olhei-a embevecida e deixei-me ir... de mãos dadas com um momento único. Que não volta atrás. E ali fiquei a matar uma sede tranquila e tão boa.
Mas ela não é um bebé de colo. Acabou por reivindicar o seu espaço e teve-o assim que o pediu. Apaguei a luz mas o momento, trouxe-o comigo.